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International Jazz Day

Bom dia pessoal! Júlio Caliman por aqui!


Nesse último domingo foi comemorado o "International Jazz Day", ou Dia Internacional do Jazz.


Quem só me conhece pelas redes sociais, talvez não saiba da minha ligação com o jazz, mas ela é muito forte. Embora, profissionalmente eu acabe tocando mais com bandas ou artistas do cenário mais "pop", na verdade, o gênero que mais estudei ao longo da vida foi o jazz. Houve um bom período onde eu não escutava outra coisa.


Quem está no meu curso "O Mapa da Improvisação", já sabe que eu considero ouvir (jazz) e transcrever solos um dos pilares fundamentais para se aprender o estilo. A seguir eu vou compartilhar com vocês alguns dos solos que eu aprendi e que foram marcantes pra minha formação:



Foi com esse solo que a minha "ficha" caiu. Me lembro como se fosse hoje que pela primeira vez eu realmente consegui entender a harmonia e acompanhar 100% do que estava acontecendo. É o único solo da lista que não cheguei a tocar na guitarra, mas ouvi tanto que consigo cantar cada nota. E esta é sim, uma forma de transcrição.






Wes é um dos meus heróis. Embora essa não seja das suas músicas mais conhecidas, esse solo me pegou de jeito. A maneira como a melodia do solo desabrocha, numa efusão criativa tão característica do Wes é algo sublime. É como se ele tivesse pensado e composto cada nota do solo, tão perfeito que é. Eu o transcrevi há muitos anos, mas ele ainda tem uma grande influência sobre mim.






Clifford Brown é um dos meus músicos favoritos. A perfeição dos seus solos é inacreditável. A precisão rítmica, a maneira como ele desenha a harmonia, ao mesmo tempo com muita musicalidade e swing é impressionante. Esse foi o primeiro solo que tirei dele e fiquei surpreso em notar como a articulação do trompete funciona bem na guitarra. Realmente eu me identifico bastante com o estilo dele. E pensar que Brown tinha apenas 25 anos quando gravou isso, morrendo tragicamente logo em seguida em um acidente de carro.


O link é de um dos primeiros vídeos que gravei no Youtube, há quase 15 anos! Perdoem-me pela baixa qualidade, mas acho que vale pelo registro. Não deixem de ouvir a faixa original e o solo do Sonny Rollins, que também é maravilhoso.






Pat talvez seja o meu ideal de músico, o máximo da perfeição que dá pra se atingir. Essa faixa é do álbum "Question and Answer", que eu ou vi até "gastar". Meu plano era transcrever o disco todo, mas acabei parando em umas 3 músicas, o que já foi uma das maiores lições que eu pude ter, no que diz respeito à improvisação. Na época eu estudava o dia inteiro (2000-2001) e só consegui tirar esse solo graças à tecnologia "revolucionária" da minha Digitech RP7. Funcionava assim: você ligava um cabo P2 na pedaleira e ela tinha esse recurso de diminuir a velocidade. É pessoal, a gente tinha que se virar antigamente!


Eu quis encarar esse solo logo no começo, por ser o mais difícil do disco. Não saberia se conseguiria, mas no fim eu consegui tocar e lembro de tê-lo escrito em um caderno, a mão mesmo. Talvez ainda tenha isso guardado em alguma gaveta.






Se você quer aprender a tocar jazz, não dá pra escapar de Charlie Parker. Eu ouvi e tirei vários solos dele, mas KoKo foi o mais f............ Quase impossível de tocar na guitarra, mas sabe Deus como, acabou saindo. Eu usei o Omnibook (livro de transcrições do Charlie Parker) para me guiar, mas acabei encontrando alguns erros. Confie sempre no seu ouvido!






Grande solo! Esse eu aprendi duas vezes. A primeira quando morei nos EUA, por volta de 2008 e a segunda 10 anos depois, quando gravei esse vídeo que compartilho com vocês. A gravação foi feita com um celular apoiado na escrivaninha, sem qualquer cuidado com o vídeo ou o áudio. Acabou sendo um dos vídeos mais acessados no meu canal do Youtube!


Eu adoro o timbre de guitarra e a articulação do Pat Martino, tocando cada nota com muita intensidade e uma sonoridade bem encorpada.






Esse é um solo clássico do Joe Pass. A sua fluência é impressionante. O Joe Pass influenciou muita gente com esse estilo "single note" dele, com uma grande presença do bebop. Ao mesmo tempo que a sua "onda" de tocar chord melody e guitarra solo também são tão marcantes, que às vezes as pessoas até se esquecem do seu lado "bebopeiro".






É muito interessante comparar esse três, Jim Hall, Joe Pass e Wes. Os solos são mais ou menos do mesmo período, mas são três estilos completamente distintos. Essa elegância do Jim Hall, sua concepção harmônica avançada, seu toque delicado, são únicos (e influenciaram muito o Pat Metheny).


Essas gravações dele com o Paul Desmond são belíssimas, e sugiro muito que vocês as ouçam. O senso melódico do Desmond é maravilhoso. O saxofone realmente parece estar "cantando" uma letra. Vocês vão encontrar as gravações completas no Spotify.





Bom, adoraria saber de vocês, quais os solos que marcaram vocês?


Então é isso, desejo uma ótima semana a todos!


Júlio

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