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A última sessão de música de Milton Nascimento

"Se Deus tivesse voz, seria a de Milton Nascimento", teria dito Elis Regina. Difícil discordar dessa afirmação. Fato é que, pela última vez essa voz foi ouvida em um palco. No dia 13/11/22 Milton, que nesse ano completou 80 anos de vida e 60 de carreira, fez o seu show derradeiro no Mineirão, em Belo Horizonte, cidade onde tudo começou. Nesse show, já bastante fragilizado, Milton passeia pelos seus grandes sucessos. Uma noite memorável que contou com a participação de vários parceiros da sua trajetória, como Lô Borges, Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso e outros. A voz divina de Milton já não é a mesma, mas quem se importa? A emoção que ela continua transmitindo, não se perdeu. Milton é um tesouro da música brasileira e só poder olhar pra ele em um palco já é um privilégio.


Infelizmente não pude presenciar esse show (transmitido ao vivo no Globoplay e ainda disponível), mas felizmente pude assistir a um de seus últimos shows, há não muito tempo atrás, em 11/6/2019 no Espaço das Américas, em São Paulo. Não tenho como descrever a emoção de estar em um show do Milton.







Milton, ainda muito jovem, morou no mesmo prédio que a família Borges, onde travou contato com os irmãos Lô e Márcio e deu início a um dos mais incríveis movimentos da música brasileira, conhecido depois como "Clube da Esquina". Márcio Borges conta essa história em detalhes em um livro que eu recomento muito:



Desse livro fez-se o musical "Os Sonhos não Envelhecem", dirigido por Dennis Carvalho, que faz sua última apresentação nos próximos dias, aqui em São Paulo.


Não consigo imaginar minha vida sem a sua música. Ela me marcou profundamente e quero sugerir alguns discos, talvez os mais importantes pra mim, cada uma por uma razão diferente:



1969 – “Milton Nascimento”


Esse disco eu comprei logo quando começou essa coisa de CD, lá Unicamp, na banquinha do Naná que estava tocando esse disco. Amei a música, amei a capa, tudo impecável. Milton no início de carreira.

















1972 – “Clube da Esquina”


Um dos discos mais importantes da música brasileira. A beleza transbordando por todos os cantos. Não sei contar quantas vezes eu ouvi esse disco...

















1974 – "Native Dancer"


Disco que une o melhor dos dois mundos, o jazz e a música brasileira. Feito em parceria com o saxofonista Wayne Shorter, o disco, que é tanto do Milton quanto do Wayne (se não for mais do Milton...), acabou injustamente sendo lançado como um disco do Wayne Shorter.


Os músicos de jazz simplesmente piram com o MN. Reza a lenda que o Pat Metheny, quando foi tocar em BH, entrou num táxi com o Lyle Mays querendo saber onde era o tal Clube da Esquina! Queria entender como pôde surgir uma música tão maravilhosa ali! (fico imaginando a cara do taxista...rs)

















1975 – "Minas"


Disco maravilhoso, intenso, com a obra-prima Ponta de Areia, umas das músicas mais lindas que eu já ouvi.


















1983 – MN ao Vivo


Esse disco marcou a minha geração. Quem não se lembra das rádios tocando sem parar “Coração de Estudante”, quando finalmente voltávamos pra democracia. Acho que estava precisando tocar essa de novo...

















1997 – Nascimento


Acho que esse é o meu favorito dos mais “recentes”. Ouvi muito esse disco, que me foi presenteado no meu aniversário de 23 anos (ou foi 24?). “Guardanapos de Papel” é de chorar! de bonito.

















E o seu disco favorito do Milton, qual é?









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